Por Fabrício Brandão

Por Fabrício Brandão

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Discurso proferido em homenagem aos formandos do curso de Pedagogia/2009 da UNIPAC-Itabira

Este é um dia notadamente especial.

No percurso de nossas vidas sonhamos, planejamos, estabelecemos metas e rumamos à procura daquilo irá nos completar, seja no âmbito pessoal ou profissional.

Aqui encontramo-nos, formandos, familiares, professores, para selarmos uma conquista de vocês que acabam de se formar. Conquista essa que interfere na condição humana de cada um, porque a educação possui esse poder. Todos aqueles que dela desfrutam tornam-se mais humanos, afinal o processo educativo pressupõe aprendizagem, socialização, desenvolvimento da capacidade reflexiva e formação ética. Hoje, vocês, formandos, meus afilhados com muito gosto, completaram mais um ciclo de formação. Tornaram-se mais humanos e estão mais preparados para cumprirem as exigências da sociedade contemporânea, que cobra de nós o preparo profissional para adentrarmos no mundo do trabalho.

E que opção! Ser educador!

Tarefa não muito fácil nos dias atuais, mas fundamental se deseja-se sonhar com um mundo mais justo, fraterno e ético. Assumir a responsabilidade em participar da formação do outro é para poucos! Não são tantos assim os que se dispõe a dominar princípios teóricos que serão utilizados em prol da formação de toda uma sociedade, porque isso envolve entrega, aceitação do outro como ele é, e a crença sempre constante de que mudar é possível. O educador, seja ele professor ou pedagogo, não é um super-homem ou uma mulher-maravilha, é um sujeito sócio-cultural como cada um o é, indistintamente. Possui fraquezas, carências, se irrita, ama, chora, odeia... Por vezes fica insatisfeito com a condição profissional a que está submetido, com o salário... Mas ele é diferente! Ele crê acima de tudo nas potencialidades humanas e trabalha para que elas se sobressaiam. Por isso, formandos-afilhados, vocês são diferentes! E me orgulho muito disso! Isso foi o que nos aproximou desde o primeiro instante!

Eu, na condição de professor, crente das suas potencialidades. E vocês, na condição de alunos, crentes na minha capacidade, assim como na dos demais professores, em contribuir junto à formação de cada um. Educar é isso! É crença, troca, confiança!

Recordo-me, por vezes, nesse processo de ensino-aprendizagem-convivência, de características bem peculiares desta turma que ora se forma. Não gostaria aqui, e nem teria tempo para isso, de remeter-me a cada um. Prefiro de forma geral, lembrar-lhes de algumas características que representam a todos vocês na coletividade, mas que necessitam estar presentes em cada um de forma individual. Não obstante, uma andorinha só não faz verão, não é mesmo?

A primeira característica que me recordo refere-se à sede de conhecimento. Como vocês procuraram conhecer!

A segunda refere-se à capacidade reivindicativa. Como vocês reivindicavam!

A terceira está relacionada ao cuidado com que vocês encaminhavam as questões conflitantes. Como vocês foram diplomatas!

A quarta vincula-se ao comprometimento e companheirismo. Como vocês se comprometeram uns com os outros!

E a quinta refere-se ao desejo de sempre fazerem o melhor. Como vocês foram zelosos!

Destaquei essas cinco características, porque elas são fundamentais para a condução de qualquer processo no contexto da vida humana e elas se fizeram e precisam continuar presentes na vida de cada um.

Nunca percam a sede de conhecimento. Quem conhece se coloca melhor frente à realidade e o conhecimento não cessa nunca!

Nunca deixem de reivindicar. Quem reivindica abre a possibilidade para que novos horizontes surjam!

Nunca abram mão de serem mediadores de conflitos. Quem media contribui para que as soluções se apresentem!

Nunca deixem de ser companheiros. Aquele que se associa aos outros transforma a realidade!

E, por fim, façam sempre o melhor que puderem! Quem faz o melhor se auto-realiza e contribui para a realização do outro!

SEJAM FELIZES e SONHEM SEMPRE! Porque como escreveu Paulo Freire, “ai daqueles e daquelas que pararem com sua capacidade de sonhar, de inventar a sua coragem, de denunciar e de anunciar”.

Por isso, sonhem, inventem, denunciem, sejam corajosos, anunciem e façam a diferença!

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