Por Fabrício Brandão

Por Fabrício Brandão

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A Educação Libertadora, de Paulo Freire

Em consonância com as idéias da Pedagogia Crítica se apresenta a “Educação Libertadora” de Paulo Freire. Ela pretende desmistificar os sonhos do pedagogismo dos anos cinquenta, que pensava que a escola faria tudo; e superar o pessimismo dos anos sessenta e setenta, que afirmava que a escola era puramente reprodutivista.

Freire, em sua pedagogia, pensa a educação como um ato político, um ato de conhecimento e um ato criador. Todo seu pensamento tem uma relação direta com a realidade, não desejando o seu reconhecimento somente, mas sim, a sua transformação. Para ele, a educação deveria criar condições para que o homem chegasse até a sua libertação, até a transformação da realidade, para melhorá-la, para torná-la mais humana. A conscientização e o diálogo se caracterizariam, assim, como sendo os elementos fundamentais dessa filosofia educacional.

A conscientização não se referiria apenas ao reconhecimento da realidade, mas ultrapassaria o nível da tomada de consciência crítica para constituir-se em uma ação nova e transformadora. Enquanto que o diálogo se constituiria a partir de uma relação horizontal entre as pessoas, não de sobreposição, mas sim de cumplicidade.

A “Educação Libertadora” considera o poder dos oprimidos para lutarem pelo interesse de sua própria libertação e os dota da capacidade para negarem todas as formas de dominação. Em sua concepção, a educação seria tanto mais ideal a partir do momento que se transformasse em um referencial de mudança a serviço de uma nova sociedade, onde prevaleceria a cooperação e a solidariedade. Ela está vinculada diretamente à “Educação Popular”, que deseja não só a emancipação da pessoa, como também a liberdade dos povos em um clima de humanização e conscientização.

Para saber mais:

ARANHA. Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 2. ed. Editora Moderna: São Paulo, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 19. ed. Paz e Terra: Rio de Janeiro, 2001.
_____________ Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. Editora UNESP: São Paulo, 2000.
_____________ Educação e mudança. 23. ed. Paz e Terra: Rio de Janeiro, 1999.
_____________ Educação como prática da liberdade. 22. ed. Paz e Terra: Rio de Janeiro, 1996.
____________ Pedagogia da esperança: um encontro com a pedagogia do oprimido. Paz e Terra: São Paulo, 1992.
_____________ Pedagogia do oprimido. 17. ed. Paz e Terra: Rio de Janeiro, 1987.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Para mudar...

Mudar os rumos significa mudar a prática, porque é ela que nos dota da capacidade de agir, de transformar. Por isso, se quer algo diferente faça diferente! E, para fazê-lo:

1. Deseje a mudança. Tudo passa pela vontade e pelo desejo de abrir-se ao novo.
2. Acredite naquilo que está disposto a fazer. Quem crê, transforma.
3. Saiba-se inconcluso e assuma-se como um ser de busca. Ninguém está nem nunca estará pronto e acabado. Tudo é provisório.
4. Assuma a práxis, que impõe o movimento da ação-reflexão-ação, com rigor no dia a dia. Aja, reflita e, como fruto da reflexão, dê vida a uma ação nova e transnsformadora.
5. Assuma o novo compreendendo o processo dialético de continuidade-ruptura que o origina. Rompa com aquilo que não serve mais e permita que permaneça aquilo que é importante permanecer.
6. Possibilite o enraizamento do novo. Permita que o novo adentre o seu íntimo e permaneça caracterizando a mudança efetiva.
7. Encarne as idéias que se tenha com o compromisso de dar-lhes vida. É da capacidade de pensar que nascem os sonhos e se torna possível a materialização da realidade.

Para mudar, talvez não seja tão complexo. Basta ter ciência de que a mudança é possível e que o novo apresentar-se-á desde que se encontre o caminho para chegar até ele. Se deseja mudar, faça por onde! Assuma-se, enquanto antes, como um ser capaz de mudança.