Por Fabrício Brandão

Por Fabrício Brandão

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Apesar de tudo, não é a vitória que deve alimentar nossa luta...

“Certa ocasião, um exército, armado até os dentes, marchou contra uma infeliz aldeia. Homens e mulheres fugiram esbaforidos; somente um menino, com uma espadinha de madeira, ficou às suas portas.

O comandante das tropas avançou com cuidado, observou surpreso que o menino estava só, sorriu e perguntou vitorioso:
- Menino, pode você acreditar deveras que vencerá, sozinho, meu temeroso exército?

O menino respondeu:
- Eu sei que não vou vencer o seu exército, mas quero que o senhor saiba de que lado estou!

Na luta contra o ‘Coisa Ruim’, quem sabe reste a nós educadores, não a vitória, mas o massacre histórico. Talvez não devamos lutar pela premiação final, nem mesmo pelos louros e escalpos... Podem ser irrisórios.
Podem não valer a pena.
Muitos contaram com recompensas de vitória; desenganados, após dias e anos, deixaram nossas fileiras e engrossaram a caravana dos ‘vencedores’.

O que pode e certamente deve alimentar nossa luta e nossa paixão – que não tem preço – é o sonho de que todos saibam, sobretudo os opressores, claramente, de que lado estamos!

Não arredaremos pé do nosso compromisso de fidelidade cotidiana com a vida, com a verdade e com os massacrados e excluídos. Manteremos nossa reserva ético-política em favor da vida.

Quem sabe nossa vitória final seja exclusivamente nossa resistência.”

(Passos, Luiz A. Duelo de Durango Kid contra o ‘Coisa Ruim’: ou os massacres do neoliberalismo. In: Revista de Educação AEC. Nº 100. Brasília: AEC, 1996.)

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