Por Fabrício Brandão

Por Fabrício Brandão

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Para se mudar o todo há que se mudar a parte

Engraçado é como a vida mesmo sendo cíclica e propulsora da renovação acaba sendo fiel reprodutora do status quo e das repetições paradigmáticas que há muito já deveriam ter sido superadas. Falo da vida para referir-me a nós mesmos, obviamente! Porque somos nós que a materializamos, homens e mulheres de carne, osso, sentidos, emoções e intelecto.

Impressiona como nos afundamos numa postura inerte que muito pouco transforma. Parece-me que as mudanças que vez por outra acontecem são muito mais efeito de ações externas às nossas que o contrário, ou seja, fruto de uma vontade ou necessidade que funda-se em nós mesmos e que, por isso, tornar-se-ia mais legítima, duradoura e libertária.

Muitos diriam que é porque somos vítimas de um sistema político-social instituído limitador que nos impede de ver as coisas como verdadeiramente são e, mais ainda, que nos impede de agir. Do que discordo, pois a vítima tende a não reproduzir a ordem que a oprime. Pelo contrário, quer se livrar dela. Quem reproduz e perpetua uma ordem dada a conhece e compactua com toda a estrutura opressora a que se submete, mesmo que sob efeito de uma poderosa influência. Não sendo, portanto, vítima; mas sim, uma parte que faz a engrenagem continuar girando ininterrupta e velozmente, mesmo oprimido. E é isso que vem acontecendo. As situações de desigualdade e a contra-humanização com as quais convivemos cotidianamente vem sendo perpetuadas por todos nós em todos os espaços de convivência. Assumimos o papel daqueles que reproduzem o modelo social opressor. Ao mesmo tempo que sou oprimido, oprimo. Em verdade, somos oprimidos que reproduzem a lógica opressora assumindo a mesma condição do opressor.

Escrevo isso para dizer que qualquer alteração da ordem instituída que tanto tem demonstrado ser injusta, desigual e intolerante, passa obrigatoriamente por uma mudança de postura no âmbito individual. É fato notório que todas as grandes transformações políticas e sociais engendraram uma mobilização coletiva. Todavia, na contemporaneidade, creio que as mudanças individuais é que poderão fazer emergir relações humanas que sejam mais justas, igualitárias e tolerantes. Isso porque para romper com uma estrutura que oprime mister se faz deixar de reproduzir todas as situações de autoridade opressora que submetem uns aos desígnios de outros repetidamente.

Para se mudar o todo há que se mudar a parte no contexto das relações individuais.

Aqui encontra-se uma premissa.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Brincando com as palavras (V)...

Fragmentaram o tempo.
Contaram as horas.
Racionalizaram o homem.
Individualizaram as relações.
Banalizaram os afetos.
Só, de fato, não interromperam o continuum que é a vida.
Que como um rio segue o seu curso.
E às vezes, escasseia.
Às vezes, transborda.
Às vezes, rompe margens.
Às vezes, se une a outra.
Às vezes, finda.
Às vezes, brota.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Menos um ano!

É engraçado, mas nessa época comemora-se o que está por vir. O desconhecido que acena com novas possibilidades. Conta-se para frente sem considerar que o novo ainda não realizou-se.
E aí, diz-se:

- Mais um ano!

Quando de fato deveria se dizer:

- Menos um ano!

Porque é mais um que ficou para trás! De alegrias ou tristezas. De feitos ou de pouca realização. De sabores ou dissabores. De aprendizado ou de erros repetidos. 2011, definitivamente já era! É menos um ano na conta que abre caminho para que mais um possa ser contado para ser diminuído ao final.

É bacana pensar dessa forma porque ao subtrair se é possível deixar para trás aquilo que é preciso ficar. Assim, há mais espaço para o novo que apresentar-se-á. Apesar de que não se constituem milagres! O não feito nunca transformar-se-á em feito, do nada. Tudo é processo longo, lento e cotidiano. O novo nascerá de uma dinâmica de continuidade e ruptura daquilo que já está estabelecendo-se.

De toda forma, FELIZ ANO NOVO!

Menos um na conta! E mais um para realizar-se e diminuir-se ao final!

Então, realize e diminua!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Gestão e Boas Práticas

A Secretaria de Educação do município de João Monlevade realizou no dia 15 de dezembro último, o Seminário de Gestão e Boas Práticas. Tal evento teve como principal objetivo a socialização daquilo que vem sendo desenvolvido nas instituições de ensino que compõem a Rede Municipal e que envolve efetivamente a gestão considerando os espaços escolares, a relação interpessoal, os aspectos administrativos e a efetivação de projetos, tudo tendo como foco principal a aprendizagem.

Compreendendo a educação como uma política pública que precisa ser efetivada em rede, num movimento que pressupõe a compreensão de que cada espaço escolar é singular, mas ao mesmo tempo vivencia traços gerais que são comuns, a proposta do município é envidar esforços para que a gestão seja considerada peça fundamental no desenvolvimento das aprendizagens dos quase sete mil alunos e alunas que se encontram frequentando as escolas municipais. Gestão aqui compreendida não como capacidade para gerenciar problemas pontuais, mas sim como aquela que avaliando situações propõe ações efetivas que visem o alcance de objetivos e metas que intentam elevar os padrões de qualidade para além daqueles já constituídos.

Neste dia, os gestores escolares puderam relatar experiências vivenciadas em suas respectivas escolas considerando a lógica da diretriz em rede sem perder de vista suas singularidades. Creio ter sido esse um dos seus pontos altos, além de claro, os próprios relatos que demonstraram o compromisso de todos e cada um com a gestão escolar e com o desenvolvimento das aprendizagens.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Carta de despedida del Che a Fidel

"Año de la Agricultura"
Habana

Fidel:



Me recuerdo en esta hora de muchas cosas, de cuando te conocí en casa de María Antonia, de cuando me propusiste venir, de toda la tensión de los preparativos.

Un día pasaron preguntando a quién se debía avisar en caso de muerte y la posibilidad real del hecho nos golpeó a todos. Después supimos que era cierto, que en una revolución se triunfa o se muere (si es verdadera). Muchos compañeros quedaron a lo largo del camino hacia la victoria.

Hoy todo tiene un tono menos dramático porque somos más maduros, pero el hecho se repite. Siento que he cumplido la parte de mi deber que me ataba a la Revolución cubana en su territorio y me despido de ti, de los compañeros, de tu pueblo que ya es mío.

Hago formal renuncia de mis cargos en la Direccón del Partido, de mi puesto de Ministro, de mi grado de Comandante, de mi condición de cubano. Nada legal me ata a Cuba, sólo lazos de otra clase que no se pueden romper como los nombramientos.

Haciendo un recuento de mi vida pasada creo haber trabajado con suficiente honradez y dedicación para consolidar el triunfo revolucionario. Mi única falta de alguna gravedad es no haber confiado más en ti desde los primeros momentos de la Sierra Maestra y no haber comprendido con suficiente celeridad tus cualidades de conductor y de revolucionario. He vivido días magníficos y sentí a tu lado el orgullo de pertenecer a nuestro pueblo en los días luminosos y tristes de la Crisis del Caribe. Pocas veces brilló más alto un estadista que en esos días, me enorgullezco también de haberte seguido sin vacilaciones, identificado con tu manera de pensar y de ver y apreciar los peligros y los principios.

Otras tierras del mundo reclaman el concurso de mis modestos esfuerzos. Yo puedo hacer lo que te está negado por tu responsabilidad al frente de Cuba y llegó la hora de separarnos.

Sépase que lo hago con una mezcla de alegría y dolor, aquí dejo lo más puro de mis esperanzas de constructor y lo más querido entre mis seres queridos... y dejo un pueblo que me admitió como un hijo; eso lacera una parte de mi espíritu. En los nuevos campos de batalla llevaré la fe que me inculcaste, el espíritu revolucionario de mi pueblo, la sensación de cumplir con el más sagrado de los deberes; luchar contra el imperialismo dondequiera que esté; esto reconforta y cura con creces cualquier desgarradura.

Digo una vez más que libero a Cuba de cualquier responsabilidad, salvo la que emane de su ejemplo. Que si me llega la hora definitiva bajo otros cielos, mi último pensamiento será para este pueblo y especialmente para ti. Que te doy las gracias por tus enseñanzas y tu ejemplo al que trataré de ser fiel hasta las últimas consecuencias de mis actos. Que he estado identificado siempre con la política exterior de nuestra Revolución y lo sigo estando. Que en dondequiera que me pare sentiré la responsabilidad de ser revolucionario cubano, y como tal actuaré. Que no dejo a mis hijos y mi mujer nada material y no me apena: me alegra que así sea. Que no pido nada para ellos pues el Estado les dará lo suficiente para vivir y educarse.

Tendría muchas cosas que decirte a ti y a nuestro pueblo, pero siento que son innecesarias, las palabras no pueden expresar lo que yo quisiera, y no vale la pena emborronar cuartillas.

Hasta la victoria siempre, ¡Patria o Muerte!
Te abraza con todo fervor revolucionario,



GRANMA INTERNACIONAL 1997. EDICION DIGITAL La Habana. Cuba.
http://www.granma.cu/che/carta.html

domingo, 11 de dezembro de 2011

Brincando com as palavras (IV)...

Presença.
Ausência.
Saudade.
Sonho.
Ilusão.
Realidade.
Momento.
Distância.
Desejo.
Tudo.
Nada.
Sempre.