Por Fabrício Brandão

Por Fabrício Brandão

sábado, 12 de novembro de 2011

Saberes

A necessidade de formação é inerente a todo ser humano, afinal, o homem é um sujeito aprendente. Aprende no dia a dia em suas vivências cotidianas, na escola e na academia. Gradua-se e apropria de um conhecimento que é científico. Completa-se enquanto homem ao desenvolver essa capacidade, inclusive. Constitui-se como um sujeito de conhecimento que alia aquele informal ao outro, acadêmico. Para quê? Para ter a capacidade de estabelecer relações ao longo da vida, sejam elas sociais ou de trabalho. O saber científico não é o único válido bem se sabe, nem insubstituível. O saber informal pode dotar o indivíduo de uma imensa capacidade reflexiva e torná-lo sábio. O saber científico não é, assim, condição única para se conhecer. O que acontece é que historicamente o conhecimento passou a ter mais valor ao associar-se cada vez mais à técnica. Dessa maneira, para exercer algum ofício tornou-se imprescindível a especialização. Especializar-se significou, então, dotar-se de habilidades para fazer. O homem é impelido a todo instante a especializar-se, a buscar nos institutos e academias o suporte necessário para a sua formação, sendo essa uma exigência imperativa da sociedade contemporânea. Especializar-se passa a significar, deste modo, preparar-se técnica e cognitivamente para enfrentar os dilemas da profissão.

Mas seria inoportuno e porque não discriminatório, considerar apenas o valor da formação acadêmica. Se esta faz-se tão importante e necessária, não menos valia possui aquela que experiencia-se todos os dias em diferentes contextos. A vida também pode ser considerada uma academia onde saberes constituem-se. Onde aprendizagens transformam-se em conhecimento adquirido a serviço da produção da existência e do aprimoramento da própria técnica. A relação entre esse saber adquirido nas vivências e a capacidade intelectual dos sujeitos permite que o desenvolvimento cognitivo, senão da mesma forma, porque diferentemente os saberes se produzem e se valoram, ocorra com a mesma intensidade. De posse dele os sujeitos colocam-se ante a realidade e transformam-na.

Em verdade, o saber está no contexto das relações que manifestam-se nos mais variados ambientes, sejam eles institucionalmente constituídos ou não.

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