Por Fabrício Brandão

Por Fabrício Brandão

terça-feira, 6 de abril de 2010

Educação e política

É possível admitirmos uma educação que não seja política?
Decisivamente, não!

A educação é, por natureza, instrumento político. Todo processo de formação pressupõe o preparo necessário para que a realidade se descortine ante ao sujeito, que por tornar-se reflexivo é dotado de capacidades que o permitem debruçar-se sobre ela para tal fim. Nesse contexto, a educação não pode ser neutra. Ela precisa contribuir, sobremaneira, para que as contradições manifestadas no cotidiano, sejam elas econômicas, sociais ou mesmo com conotação político-partidária possam ser elucidadas. Para tanto, o homem-cidadão necessita ter o preparo intelectual suficiente para tornar-se apto a refletir. Nunca se esquecendo que ao refletir associa-se o agir. O caráter positivista que atrela à ciência o viés da neutralidade não pode permanecer ativo em pleno século XXI. O simples ato de existir pressupõe, indiscutivelmente, uma tomada de postura ante a vida fruto de escolhas.

Dizer que a educação é política, então, significa dizer o mesmo para o professor-educador? Ou seja, significa dizer que o professor-educador precisa assumir uma postura política?
Decisivamente, sim!

O professor-educador não torna-se alheio à dinâmica da vida. Mesmo que ele insista em simplesmente ensinar conteúdos curriculares isso não pode redundar na negativa ao sujeito da possibilidade de sua emancipação. Não pode redundar na negativa do direito à aprendizagem que liberta. Liberta porque, se é de fato, permite-o fazer conexões entre conceitos, idéias e o mundo real. O que não se pode é exigir que o professor-educador assuma uma postura político-partidária. Isso seria arbitrariedade. Da mesma forma, não se pode admitir que ele feche os olhos para a desigualdade, a injustiça e os desmandos que acabam por submeter a todos e a cada um a uma realidade opressora. Isso seria alienação.

Educação e política estão mais próximas do que se imagina. Mesmo porque, quando não escolho, escolho ainda.

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