Por Fabrício Brandão

Por Fabrício Brandão

sexta-feira, 12 de março de 2010

O tempo, o cotidiano, as escolhas...

O tempo, o cotidiano e as escolhas são condicionantes da existência que se tem apresentado a mim e me levado a refletir sobre tantos outros que a eles se relacionam causando, intimamente, inquietação.

O tempo, manifestado nas suas três dimensões, passado, presente e futuro, indica que muito foi feito, mas que há muito por se fazer. Indica que hoje, ele mesmo, o tempo, “corre” rápido demais, a considerar-se dois aspectos. O primeiro, junto ao contexto da modernidade, tempo coletivo, que leva todos a viverem freneticamente em um momento que não é seu, mas que foi criado para os conter; o segundo, junto ao contexto de cada um, tempo individual, que “passa” mais rápido ou devagar considerando fases distintas do existir com as peculiaridades que se manifestam no momento vivido. Para cada qual um ritmo, da criança ao idoso.

O cotidiano, expressão da vida social e das relações humanas, espaço da convivência e das manifestações sócio-culturais, quase sempre apontando para tramas conflituosas, jogos de interesse, competição exacerbada e ritmo de vida mediado pelo ter em detrimento do ser. Estabelece limites, mas pode ser ponto para transposições. Condiciona, mas pode desencadear possibilidades. É expressão de um modo de vida vivenciado na contemporaneidade.

As escolhas, momento único de decisão, não são assumidas tal como se deveria. Escolhe-se dentro de uma realidade tão ampla que os sujeitos da escolha acabam por tornar-se objetos do movimento que caracteriza o escolher. Escolhe-se, não considerando interesses que se manifestam no íntimo do ser, mas sim, considerando interesses que se manifestam junto à realidade objetiva: para se ganhar mais, porque a empresa solicita, porque a cidade é violenta. Escolhas suas que não são tão suas como se acredita.

Tempo, cotidiano, escolhas... Quisera pudessem ser experimentados na tranqüilidade da alma. Sem a pressa corriqueira, a superficialidade nas relações e a imposição de ações que são externas ao desejo. Não fosse assim, toda a preocupação esvair-se-ia dando lugar à contemplação daquilo que é verdadeiramente belo e bom: o levantar do sol e o alvorecer; o perfume das flores; o som das águas; o vôo dos pássaros; o cacarejar dos galos tecendo as manhãs; a chuva que cai; o brincar das crianças; o entendimento entre os homens.

É chegada a hora! Inquietos do mundo, uni-vos!

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