Por Fabrício Brandão

Por Fabrício Brandão

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Entre o Ser e o Ter

Vale-se pelo que se tem não pelo que se é.

Essa máxima contemporânea propõe uma inversão de valores num mundo em que o ato de Ser vale menos que o ato de Ter. Sou pelo que tenho não pelo que me caracteriza enquanto pessoa.

Equívoco tamanho!

Enquanto somos medidos pelo que temos e aceitamos tal imposição acabamos por mover nosso mundo ao redor daqueles que acreditam Ter. Resumimos as relações à condição da posse, tão materialista e superficial. A grande questão é saber se impor por meio daquilo que se é. Enquanto sou e vivencio a importância do ato de Ser, me assemelho àqueles que são independente da sua condição financeiro-material.

Entre o Ser e o Ter estabelece-se o existir. Existo na exata medida que sou e tenho para continuar existindo. Não posso condicionar minha existência à vontade do Ter, apenas. Quem tem e não é não existe. Ser, então, passa a ser condição necessária para existir, inclusive na relação com o outro.

2 comentários:

  1. Caro Amigo Fabríco,
    parabenizo-lho pelo blog. Estou acessando sempre que posso.
    Este post é de um ensinamento profundo, e, temos dois exemplos marcantes desta fala:
    Jesus Cristo e Mahatma Gandhi.
    Outros até tentaram algo parecido, mas o poder sempre sobe à cabeça e CORROMPE!
    ABRAÇOS.

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  2. Parabenizo-o pelo espaço que criou e aproveito para sugerir a você e àqueles que passam por aqui, a leitura de Múltiplas Escsolhas" da renomada Lya Luft que, com 30 anos de currículo literário, retorna agora com este ensaio que reflete sobre os caminhos do nosso tempo.Nele a autora, indaga, debate e transgride a mediocridade que ronda o ser humano.Ela debate questões fundamentais, como a velhice e a juventude, os novos dilemas e tabus da sexualidade,a comunicação vitual,as fronteiras entre o privado e o público entre outras. Rebate a suposta liberdade que alcançamos ou pensamos ter atingido, mostra-nos o quanto uma cultura impositiva faz com que as pessoas vivam a sídrome do "ter de". E para finalizar trata dos "mitos modernos" e mostram o quanto o ser humano está atrelado às práticas opressoras e viciadas, tal qual a questão do ter em detrimento do ser,considerando as várias dimensões de nossa vida.

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