Por Fabrício Brandão

Por Fabrício Brandão

sábado, 10 de abril de 2010

A esperança e o medo

Esperança e medo representam sentimentos contraditórios que impelem os sujeitos a seguirem por caminhos diferentes. Isso devido àquilo que as caracteriza, pois dependendo de cada característica particular seremos induzidos a colocar-nos ante aos fatos de uma forma ou de outra.

A esperança é corajosa, solidária, confiante. Associa-se à capacidade do agir.

O medo é, temeroso, individualista, pessimista. Associa-se ao imobilismo.

Se somos esperançosos agimos com confiança aliados àqueles que são representativos junto a nossa realidade. E agimos assim porque juntos somos mais. Somos capazes de realizar e operar transformações. A esperança só realiza-se baseada na crença de que tudo é possível desde que algum movimento ocorra. Esperança não combina com acomodação.

Se somos medrosos nos voltamos para nós mesmos e passamos a conviver com a fragilidade que é comum àquele que, por temer, não age. O medo imobiliza porque não tornamo-nos capazes de, juntos, caminharmos rumo à transformação de um contexto que é opressor. O medo só permanece mediante a presença da incapacidade do agir. Medo combina com aquilo que nos acua.

Quando a esperança vence o medo grandes realizações ocorrem porque passamos a assumir a nossa postura de sujeitos que fazem-se valer da sua capacidade de operar transformações. Por isso, a esperança precisa sempre vencer o medo. Quem vive na esperança acredita sempre na possibilidade. Quem vive no medo acredita sempre no determinismo.

2 comentários:

  1. Bom texto, Fabricio, só uma observação. Muitas vezes as coisas se mistura e alternamos medo e esperança e nem assim deixamos de prosseguir. Nem sempre o medo nos paralisa. As vezes prosseguimos mesmo com medo, pois em algumas situações de nada adianta temer. Temos de enfrentar mesmo assim.Como na ultima crise que vivenciamos. Havia medo, mas também esperança. Não ficamos paralisados. Já na desesperança, nem medo sentimos e ficamos que nem naquela letra do Raul, com a boba escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar.

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  2. Boa observação Martino! Concordo literalmente com ela. Optei ,no texto, por classificar dialeticamente a esperança e o medo. Todavia, a própria dialética prevê o momento da superação. Esperança e medo podem, sim, conviver num dado instante, até que uma supera a outra. Tal constatação encontra-se no início do seu comentário, "muitas vezes as coisas se misturam e alternamos medo e esperança". Com toda certeza concordamos com aquilo que está posto.

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