Este é um espaço destinado ao livre pensar. As ideias só fluem mediante a manifestação do ócio e da necessidade de dar asas às perguntas que tão rotineiramente nascem. O cotidiano é uma escola e a escola insere-se nele. Scholé, então, passa a ser um espaço da reflexão. De temáticas escolares e cotidianas. Afinal, cotidiano e escola devem associar-se na exata medida em que associam-se homem e educação. Educação aqui compreendida como o maior instrumento a serviço da transformação.
Por Fabrício Brandão
Por Fabrício Brandão
domingo, 8 de agosto de 2010
Olhar e reparar
Por meio do olhar somos capazes de captar aquilo que dá forma à realidade, as imagens. Sobre imagens e olhares já escrevi um texto aqui mesmo neste blog e não precisarei delongar. Mas tudo nunca estará definitivamente acabado. Assim, li outro dia uma frase do José Saramago que muito me interessou. Ele escreveu, no seu livro Ensaio sobre a Cegueira, “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”. O que, de pronto, levou-me a estabelecer a distância que existe entre olhar e reparar. Enquanto olho, vejo, capto imagens, reconstituo aquilo que caracteriza o mundo real. Mas reparar é diferente. Reparar significa analisar e tirar conclusões daquilo que é visto. Às vezes se olha e não se repara. O olhar se coloca num estágio mais superficial, enquanto que o reparo num estágio de maior profundidade. Quando se olha tem-se a possibilidade de enxergar aquilo que é foco da visão como resultado da aparência. Quando se repara estabelece-se condições necessárias para se fazer analogias que permitirão chegar à essência daquilo que se está reparando. Desta maneira, acredito ser necessário se botar mais reparo nas coisas. Olhar só, talvez seja pouco!
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