Por Fabrício Brandão

Por Fabrício Brandão

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Acaso e Destino

Acaso e destino. Duas potências misteriosas. A primeira desenrola-se no exato momento em que se não esperava, sem explicação final ou conseqüência de algo. O que acontece sem ser explicado por nenhuma relação com outras coisas. É uma ação imprevista materializada num dado momento. A segunda, em sendo processo, é a linha traçada pelo tempo onde tudo acontece. Representa uma sucessão inevitável de acontecimentos provocados ou desconhecidos, sendo, por isso, muitas vezes utilizado para justificar o que não se explica pela via do conhecimento ou da ciência.

Muitos não os consideram. Dão ao desenrolar da vida um caráter mais pragmático e mais independente de uma ação externa que ordena o mundo. Apontam o que se apresenta como conseqüência de suas próprias escolhas e fruto daquilo que naturalmente evoluiu. Procuram dar explicações lógicas para tudo que possa caracterizar um provável absurdo existencial. Assumem uma postura cética duvidando de tudo o que se possa duvidar.

Outros, por crerem, entendem que acaso e destino conduzem situações possibilitando  que se seja o que se é e que se faça o que se faz. Os colocam no transcurso da caminhada como aquilo que define rumos e aponta direções. Para esses, ambos seriam como dois pólos aglutinadores que dão à vida o contorno que ela tem, às vezes de forma consentida, às vezes não. Por estarem mais próximos de um estágio de consciência mágica submetem-se a fatos e dogmas tendo muito mais em que se acreditar.

De pronto, acaso e destino incompreendidos o são. Duas incógnitas que se manifestam na relação do Eu com o mundo. Assumindo uma posição crítica mais prudente seria analisar contextos e atitudes, pois, o homem, em seu constante estado de vir-a-ser não se submete ao tempo de forma passiva, mas sim, coloca-se ante a história como sujeito capaz de transformação. Se influenciado por potências misteriosas, em igual medida ele constrói o seu futuro a partir do que de real lhe é apresentado num momento presente que é objeto de sua ação. Acaso e destino se destacariam, assim, como complementares e não determinantes no contexto que caracteriza o cotidiano de cada um. Cotidiano esse que é mais fruto da capacidade de agir do que do desconhecido ou do imprevisível. Em princípio essa pode ser uma convicção.

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