Por Fabrício Brandão

Por Fabrício Brandão

segunda-feira, 29 de março de 2010

Canção do novo mundo

Quem sonhou
Só vale se já sonhou demais
Vertente de muitas gerações
Gravado em nosso corações
Um nome se escreve fundo
As canções em nossa memória
Vão ficar
Profundas raízes vão crescer
A luz das pessoas
Me faz crer
E eu sinto que vamos juntos
Oh! Nem o tempo amigo
Nem a força bruta
Pode um sonho apagar
Quem perdeu o trem da história por querer
Saiu do juízo sem saber
Foi mais um covarde a se esconder
Diante de um novo mundo
Quem souber dizer a exata explicação
Me diz como pode acontecer
Um simples canalha mata um rei
Em menos de um segundo
Oh! Minha estrela amiga
Porque você não fez a bala parar
Oh! Nem o tempo amigo
Nem a força bruta
Pode um sonho apagar
Quem perdeu o trem da história por querer
Saiu do juízo sem saber
Foi mais um covarde a se esconder
Diante de um novo mundo
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Beto Guedes
Composição: Beto Guedes / Ronaldo Bastos

domingo, 28 de março de 2010

Para voltar

Para voltar há que se deixar pegadas.
Nenhum caminho pode ser refeito sem que hajam marcas sinalizando o retorno.
Para voltar há que se reconhecer a importância daquilo que em algum lugar permaneceu.
O ato de voltar significa incorporar ao presente aquilo que o originou em alguma medida.
O processo de volta, assim, não é um processo de retorno à realidade cristalizada ontem.
Mas um processo de incorporação desta realidade a uma realidade nova, já transformada pelo tempo.

A ação e a esperança

Neruda, em seu livro, Para nascer nasci*, escreveu em uma de suas passagens que "a ação é a mãe da esperança". Tal afirmativa, sem idéia complementar, leva-nos a perguntar por quê. Uma possibilidade de resposta: porque sem ela, a ação, a esperança não se realiza.

*NERUDA, Pablo. Para nascer nasci. 9. ed. Rio de Janeiro:Bertrand Brasil, 2002.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Ouvir e perguntar na pós-modernidade

Tenho me feito perguntas freqüentes sobre os traços da pós-modernidade e suas conseqüências no processo de formação dos sujeitos. Desta vez foquei minhas reflexões no desenvolvimento das capacidades do ouvir e do perguntar. Hoje, elas tem se desenvolvido a contento? Os sujeitos, no seu processo formativo, tem sido estimulados a ouvir e a perguntar? Qual a importância do desenvolvimento dessas capacidades na evolução do pensamento?

A bem da verdade, nesses tempos, ouve-se pouco e pergunta-se menos ainda. A disponibilidade para se ouvir e perguntar não faz parte do cotidiano porque quem ouve e pergunta pensa e quem pensa interessa pouco a uma estrutura em que o poder se sobrepõe por meio da manipulação das massas.

Ao ato de ouvir e perguntar soma-se o desenvolvimento do pensamento reflexivo tão necessário para o reconhecimento da realidade tal como ela se apresenta na sua essência, para além da aparência. Eis a razão para a escola se ocupar da formação do sujeito-ouvinte e do sujeito-perguntador. Quem ouve interioriza a informação e a transforma em conhecimento apreendido. Quem pergunta se torna apto a reconstituir o objeto a ser conhecido fruto de suas próprias reflexões. Não se pode, assim, desassociar esses dois atos, haja vista que a formulação de idéias passa por um movimento que, mediado pela comunicação, permite aos sujeitos apropriarem-se daquilo que está presente no mundo real e é passível de ser assimilado pelo domínio cognitivo.

Prudente seria, então, reconhecer os limites e interesses da pós-modernidade contribuindo para que o ouvir e o perguntar se tornassem regra e não exceção junto à formação de um homem que abnega de si capacidades tão essenciais para a materialização da sua própria autonomia.

O jardim e o jardineiro

O que se encontra no início?
O jardim ou o jardineiro?
É o jardineiro.
Havendo um jardineiro, mais cedo ou mais tarde um jardim aparecerá.
Mas, havendo um jardim sem jardineiro, mais cedo ou mais tarde ele desaparecerá.
O que é um jardineiro?
Uma pessoa cujo pensamento está cheio de jardins.
(Rubem Alves)

segunda-feira, 22 de março de 2010

A educação na época do Ter

A educação na época do Ter, característica da pós-modernidade, atrela-se a uma formação propedêutica, baseada nos compêndios, mais atrelada à informação do que à necessidade do formar-se. Assume compromisso com condutas individuais, com a competição e o foco no mercado. Distancia-se daquilo que poderia promover no Ser sua autonomia ante a realidade e o desenvolvimento de habilidades que o currículo oficial reprime. Nela, a aprendizagem não é compreendida como um momento de interação entre os pares e o outro não é considerado como alguém a se associar no contexto de uma produção coletiva, mas sim a se superar. Dialeticamente a educação do Ser e do Ter devem estar presentes nas reflexões pedagógicas, porque, na prática educativa, uma delas se materializará, incondicionalmente.

domingo, 21 de março de 2010

Dia mundial da água

22 de março, dia mundial da água. Data relevante para se refletir sobre a importância desse recurso tão essencial à vida no planeta. Saber utilizar e não poluir fazem parte da pauta de discussão que se relaciona à temática. Hoje, domingo, dia 21, o DAE (Departamento de Água e Esgotos) do município de João Monlevade, promoveu uma celebração às margens do Rio Piracicaba com a presença dos Padres Jorge e Martim, conclamando a todos a se unirem em prol da sua conservação e consumo consciente. Uma autarquia que lida com a água diretamente levando-a até nossas casas reverenciou o recurso tão essencial à nossa manutenção na Terra. O Prefeito, Gustavo Prandini, o Vice-Prefeito, Wilson Bastieri, o Diretor do DAE, Geraldo Amaral, o Diretor-Adjunto, Contrapino, grande líder dos movimentos sociais, estiveram na cerimônia na manhã deste domingo. A administração municipal, por meio da autarquia, demonstrou neste evento seu compromisso com as questões ambientais deixando evidente que a conscientização e a tomada de atitude são essenciais para vivermos em um mundo melhor.

sábado, 20 de março de 2010

É caminhando que se faz o caminho

A caminhada não será fácil nem a estrada uma linha reta. As curvas se apresentarão. Atalhos serão desconsiderados e as distâncias mais longas ficarão como opção. A vida é assim... Nem sempre como a gente desejaria, mas sempre um desafio, momentos a decifrar. Jardins para se plantar não faltarão, nem flores para se colher e perfumes para se sentir. A dialética nos propõe a contradição, feliz-triste, novo-velho, bom-ruim, coragem-medo... É necessário compreender um pólo para se compreender o outro para, depois, compreender o todo e fazer opções. Assim, é a vida... Contradição que precisa ser compreendida.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Ostra feliz não faz pérola

ALVES, Rubem. Ostra feliz não faz pérola. São Paulo: Planeta do Brasil, 2008.


Ostra feliz não faz pérola. Excelente livro de Rubem Alves. Textos leves com temáticas variadas nos convidam a refletir sobre a política, a educação, a natureza, a beleza, a religião, a saúde mental, o amor, a infância, a velhice e a morte. Uma viagem literária que, conforme deve ser o papel da própria literatura, nos convida a reflexões suaves e, ao mesmo tempo, densas. Tal obra só pode acrescentar experiências novas às nossas experiências. Eis o motivo para ser lida.

domingo, 14 de março de 2010

A luta pela lembrança

Ontem é uma árvore de longas ramarias, e à sombra estou deitado, recordando.
(Pablo Neruda)

Palavras

As palavras são poderosas.
Às vezes melhor não dizê-las.
Mas quando ditas, devem levar a algum lugar.
Palavras não combinam com o silêncio.

sexta-feira, 12 de março de 2010

O tempo, o cotidiano, as escolhas...

O tempo, o cotidiano e as escolhas são condicionantes da existência que se tem apresentado a mim e me levado a refletir sobre tantos outros que a eles se relacionam causando, intimamente, inquietação.

O tempo, manifestado nas suas três dimensões, passado, presente e futuro, indica que muito foi feito, mas que há muito por se fazer. Indica que hoje, ele mesmo, o tempo, “corre” rápido demais, a considerar-se dois aspectos. O primeiro, junto ao contexto da modernidade, tempo coletivo, que leva todos a viverem freneticamente em um momento que não é seu, mas que foi criado para os conter; o segundo, junto ao contexto de cada um, tempo individual, que “passa” mais rápido ou devagar considerando fases distintas do existir com as peculiaridades que se manifestam no momento vivido. Para cada qual um ritmo, da criança ao idoso.

O cotidiano, expressão da vida social e das relações humanas, espaço da convivência e das manifestações sócio-culturais, quase sempre apontando para tramas conflituosas, jogos de interesse, competição exacerbada e ritmo de vida mediado pelo ter em detrimento do ser. Estabelece limites, mas pode ser ponto para transposições. Condiciona, mas pode desencadear possibilidades. É expressão de um modo de vida vivenciado na contemporaneidade.

As escolhas, momento único de decisão, não são assumidas tal como se deveria. Escolhe-se dentro de uma realidade tão ampla que os sujeitos da escolha acabam por tornar-se objetos do movimento que caracteriza o escolher. Escolhe-se, não considerando interesses que se manifestam no íntimo do ser, mas sim, considerando interesses que se manifestam junto à realidade objetiva: para se ganhar mais, porque a empresa solicita, porque a cidade é violenta. Escolhas suas que não são tão suas como se acredita.

Tempo, cotidiano, escolhas... Quisera pudessem ser experimentados na tranqüilidade da alma. Sem a pressa corriqueira, a superficialidade nas relações e a imposição de ações que são externas ao desejo. Não fosse assim, toda a preocupação esvair-se-ia dando lugar à contemplação daquilo que é verdadeiramente belo e bom: o levantar do sol e o alvorecer; o perfume das flores; o som das águas; o vôo dos pássaros; o cacarejar dos galos tecendo as manhãs; a chuva que cai; o brincar das crianças; o entendimento entre os homens.

É chegada a hora! Inquietos do mundo, uni-vos!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Sobre a utopia...

Não há sonho. Há realidade que pode ser transformada, melhorada.